Dai-me coragem para mudar o que posso, serenidade para aceitar o que não posso mudar e sabedoria para perceber a diferença.” A conhecida prece mostra com bastante simplicidade o quanto a capacidade de fazer bons julgamentos é valorizada. Mas seria a sabedoria uma dádiva ou algo que se desenvolve com o tempo?
Para o neuropsicólogo russo-americano Elkhonon Goldberg, não há nada de místico. Segundo ele, a sabedoria é uma forma de processamento mental muito avançada, que atinge seu auge apenas na velhice – justamente a época em que a capacidade do nosso cérebro interpreta os fatos de forma simples e original
Mas o que é a sabedoria, afinal de contas? Os dicionários dizem que é a qualidade de ter experiência, conhecimento e capacidade de fazer bons julgamentos. Goldberg prefere uma descrição mais prática. “É a capacidade de ‘saber’ a solução de um problema complicado ou inesperado de maneira praticamente instantânea e sem esforço mental. É também a capacidade de conseguir antecipar eventos que costumam pegar as pessoas desprevenidas.” Mais do que simplesmente saber reconhecer uma situação de crise, por exemplo, o mecanismo da sabedoria permite enxergar formas de resolvê-la. Mesmo que a pessoa nunca tenha atravessado uma situação igual.